Jornal de Fato
Assembleia Legislativa do RN vira uma “zorra” com confrontos baixos entre deputados
Dois vídeos circularam nas redes sociais durante a semana exibindo, digamos, cenas de baixo teor moral nas Câmaras Municipais de Umarizal (região Oeste do Rio Grande do Norte) e João Câmara (região Agreste). No primeiro, trocas de socos entre um edil e um popular; no segundo, um vereador aparece afirmando que o “cabaré de Maria Boa” é mais organizado do que o governo de Fátima Bezerra (PT).
Os dois filmes, amadores em todos os sentidos, porém, são fichinhas diante da situação de baixíssimo nível que vive a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, por conta de confrontos desrespeitosos entre deputados. Os últimos foram terríveis, com cenas grotescas e posturas desqualificadas.
Quatro confrontos fizeram o Palácio José Augusto tremer de vergonha:
1 – Deputado Coronel (PSC) x deputada Isolda Dantas (PT). O primeiro falou de excitação quando a segunda grita para defender as suas ideias. Um bate-boca do tipo quina de rua.
2 – O líder do governo na Casa, deputado George Soares (PR), procurou desqualificar o deputado oposicionista Kelps Lima (Solidariedade) afirmando que o seu algoz era uma vergonha para a OAB-RN, colocando sob suspeita a atuação de Kelps como advogado. Kelps, por sua vez, atacou George carimbando-o com rótulo de “coronelzinho”.
3 – O decano Vivaldo Costa (PSD), comandando a mesa diretora na sessão de quinta-feira (13), desligou o microfone do deputado Coronel Azevedo quando este fazia duras críticas ao Governo Estadual, numa atitude grosseira e de total desrespeito ao regimento interno.
4 – O também decano Getúlio Rêgo (DEM) exigiu que Vivaldo respeitasse a Casa e os dois, em cenas deprimentes, por pouco não trocam tapas. Foram impedidos pela turma do deixa-disso, mas as imagens de imediato se espalharam nas redes sociais.
Esses quatro episódios, chulos, diga-se, foram superados por outro pior ainda. O deputado Sandro Pimentel (Psol) estacionou o seu carro fechando a entrada da garagem dos deputados para impedir que eles entrassem na Assembleia Legislativa para a sessão em homenagem ao secretário da Previdência e do Trabalho, do Ministério da Economia, Rogério Marinho (PSDB). Pior ainda: Pimentel colocou manifestantes na porta do Palácio José Augusto para não deixar os convidados entrar. Ele foi contra a homenagem a Rogério Marinho.
Além disso, a militância agrediu servidores, atirou ovos e promoveu a desordem. Pimentel se posicionou no meio dos manifestantes, como se não tivesse qualquer compromisso, legal, com a função pública que ocupa.
Diante de tudo isso e de um histórico nodoado por casos de corrupção, a Assembleia Legislativa precisa, através do seu mandatário, presidente Ezequiel Ferreira, reagir e dar uma resposta à sociedade. Quem sabe, criando um Conselho de Ética para, pelo menos, inibir atitudes antiéticas como as narradas acima.
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